Epagri viabiliza compra de milhos “VPA” em Ipumirim
A produção de milho sempre foi uma característica agrícola fortemente presente nas propriedades rurais da região, seja para alimentação animal interna ou para comercialização. Embora regionalmente tenha havido uma certa redução na área plantada na última década, a cultura não perdeu importância, já que é a base alimentar de aves e suínos e, na produção de leite, entra como matéria prima para a silagem, alimento de reserva para períodos de escassez de pastagens.
As variedades tradicionais de milho de polinização aberta foram substituídas ao longo dos últimos 40 anos pelos híbridos, os quais, hoje, dominam o mercado e têm maior potencial produtivo, porém são mais exigentes em tecnologia (adubação, disponibilidade hídrica e defensivos). A adoção desses híbridos pelos produtores deu-se de forma quase generalizada. No entanto, a adoção da tecnologia disponível para a cultura, e requerida pelos híbridos, não foi empregada na mesma intensidade, especialmente pelo segmento da agricultura familiar. Esse cenário contribui para a baixa produtividade observada no setor, já que esses produtores não conseguem explorar todo o potencial produtivo dos híbridos.
A Epagri trabalha no desenvolvimento de novos cultivares de milho do tipo varietal, “variedades de polinização aberta” ou “variedades melhoradas”, resulta em um potencial produtivo superior ao das tradicionais variedades crioulas ou locais. Em ensaios a campo no estado do Paraná, uma das variedades da Epagri, o SCS155 Catarina, produziu 11.800 Kg/ha quando foi submetido ao pacote tecnológico dos milhos de alta tecnologia, comprovando o elevado potencial genético/produtivo destas variedades. Entretanto, é importante pontuar que estes milhos são os que melhor respondem à baixos e médios níveis tecnológicos, devido à elevada variabilidade genética, atribuindo maior resistência aos diversos fatores ambientais.
A Epagri de Ipumirim realiza todo ano a comercialização sob encomenda das variedades da empresa e, neste ano de 2015, não foi diferente. Foram disponibilizadas as variedades SCS154 Fortuna, SCS155 Catarina e SCS156 Colorado.
O técnico da Epagri de Ipumirim, Nédio Luís Patzlaff, explica que a particularidade mais atrativa destas variedades é a possibilidade de tirar semente por 3 a 5 anos sem perda de produtividade. O custo da semente este ano foi de R$ 50,00 a saca de 10 Kg, o que significa um gasto de R$ 100,00 por hectare com este insumo. “Se o produtor tirar semente por cinco anos esse custo é diluído, representando R$ 20,00 por hectare ao ao”, destaca .
A Secretaria da Agricultura do município está auxiliando na divulgação da variedade e orientando os produtores interessados a procurar a Epagri para obter maiores informações e pedidos.
O maior benefício do uso destas variedades está no fato de não haver patentes e consequente reserva de direito intelectual. Isso quer dizer que não é exercido domínio nenhum do conhecimento sobre o material, permitindo que o produtor extraia da produção colhida suas próprias sementes sem ter que pagar “royalties” para a empresa, o que não é possível com as sementes transgênicas.